AO MISSIONEIRO DE BENTO GONÇALVES
I
No verso que improviso
Aqui faço uma saudação
Abro o peito e o coração
No meu estilo campeiro
P’ra saudar o Missioneiro
Aqui na Serra aquerenciado
No campo ou no chão dobrado
Cultuam a mesma tradição
Sem esquecer seu torrão
E a herança do passado
II
Missioneiros da Serra
Gauchada aqui de Bento
Eis porque eu me apresento
Como um parceiro irmanado
Somos cria do mesmo Estado
E tenho lá minhas razões
Ser da Serra ou das Missões
Pouco faz a diferença
O que importa é a crença
Que une nossos corações
III
Um Missioneiro ou Serrano
Tem orgulho de sua história
E guarda assim na memória
As relíquias de seus feitos
Levam o Rio Grande no peito
E a cultura mano a mano
Somos gaúchos, somos Italianos
Amantes da mesma terra
Já peleamos em outras guerras
Mostrando quem tem tutano
IV
E hoje em dias de Paz
Vivemos para a alegria
Rodeio, canto e poesia
Tiro de laço, gineteadas
Trovas, danças, pajeadas
Fazendo brete em potreiro
Junto com o Italiano pioneiro
Trançando tento por tento
Misturando com o povo de Bento
O estilo dos Missioneiros
V
Por isso então é que digo
Em qualquer lugar que eu ande
Nada se iguala ao Rio Grande
Com o jeito de seus filhos
Nem ninguém ofusca o brilho
Do timbre de minhas canções
Deste poema e das declamações
Que eu lhes digo assim de memória
Das façanhas, canto a glória
E muito tenho guardado
Pois são relíquias de um passado
De 300 anos de lutas
VI
Isso é que explica a diferença
Que um Missioneiro tem desde a formação
Onde não há comparação
Nem se comparam o atavismo
E o culto do Nativismo
É o orgulho de seu feito
É o povo Missioneiro abrindo o peito
Sem renegar a Nação
Mas primeiro ama Bento e seu chão
Só um Missioneiro é deste jeito
POMPEO DE MATTOS
Deputado Federal
PDT/RS